Pages

Recebemos este selinho da Zuca do Blog http://vidadeprofa.blogspot.com Muito obrigada, colega! Continuando a Ciranda, indicamos: Vida de professora NOSSA TURMA NA INTERNET Dicas de Português Professora Genis Brincando de ser escritor

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Como se diz? Grafia e fala correta das palavras:



“Mas não consegui entender ainda qual é melhor: se é isto ou aquilo.” O verso, do poema Ou isto ao aquilo, de Cecília Meireles, se aplica bem às dúvidas nossas de todos os dias ao escrever e falar. Como é correto, desta ou daquela forma? Uso eu ou mim? O certo é há ou a? Houve ou houveram? São tantas perguntas que o Conexão Aluno preparou uma lista com os erros e as dúvidas mais comuns. Leia com atenção e depois, se quiser agradecer pelas dicas, diga obrigado, se for menino, ou obrigada, se for menina. 
Houve X houveram

O verbo haver, no sentido de existir, é impessoal, ou seja, não tem sujeito, e deve aparecer sempre na terceira pessoa do singular. Se você disser que houveram problemas, você estará, na verdade, com problemas com a língua portuguesa. O correto é houve problemas! Atenção: em locuções verbais, o verbo auxiliar também é afetado pela impessoalidade e deve ser flexionado no singular:Deve haver maneiras de você não esquecer isto!

Dispor X dispuser

Se ele dispor de tempo. Ele, sujeito da frase, pode até ter tempo, mas o autor da sentença está errado. É erro grave conjugar de forma regular os verbos derivados de ter, vir e pôr. Neste caso, o certo é: se ele dispuser de tempo. 
Seja X seje 

Seja esperto e não use seje. Este é um erro inadmissível. A conjugação seje não existe, portanto, use sempre seja.

Menos X menas

Este também é um erro inadmissível. Menos não concorda com o substantivo, pois é advérbio e não adjetivo. Não seja uma pessoa menos atenta e use sempre menos! 

Meio X meia 

Assim como o menos, o advérbio meio não tem concordância de gênero. Você não chega em casameia cansada. Você chega meio cansada. Deixe a meia para colocar no pé. Ou para quando lhe perguntarem a hora, já que o correto é meio-dia e meia (meia hora).
Eu X mim 

Depois de preposição, use o pronome oblíquo tônico. Portanto, o correto é entre mim e ela. Sendo assim, entre mim e você, uma dica: atenção para não cometer este erro! Já antes de verbo, o correto é utilizar o eu. Portanto, lembre-se: mim não conjuga verbo, mim não faz nada!
Faz X fazem 
O verbo fazer indicando tempo é impessoal: faz dois meses que ele viajou. E por falar em fazer, não faça feio utilizando o fazem, hein! 

Menor X de menor 

Se você disser que é de menor só vai significar que desconhece a Língua Portuguesa. Embora de menor, assim como de maior sejam expressões ditas por aí, elas estão erradas. Se você tem menos de 18 anos, é menor!
Mandado X mandato
Mandados de segurança são expedidos por magistrados. Já os políticos têm mandato.

Aguardando X no aguardo
Se você está no aguardo, eu estou aguardando que você aprenda a forma correta. Nada de dizer estou no aguardo, seja lá do que for, porque esta expressão não existe.

Espiral X aspiral

Seu caderno é espiral, não aspiral!

Bastante X bastantes
Bastante, significando muito, pode funcionar como advérbio, sendo então invariável. Como adjetivo, deve concordar com o substantivo a que se refere. Quando houver dúvida, substitua por muito. Se muito for para o plural, o mesmo deverá ocorrer com bastante: Tenho bastantes (muitos) problemas. Elas estão bastante (muito) cansadas. 

Namorar com X namorar 

Namorar todo mundo namora, mas qual a forma correta de falar? Na tradição da língua, o verbo namorar é transitivo direto, ou seja, seu complemento não deve ser acompanhado de preposição. Assim, o certo seria namorá-la ou namorá-lo. Mas a forma namorar com alguém é usual no Brasil e também aceita, sendo utilizada, inclusive, por alguns escritores. 

Obrigado X obrigada

Obrigado (a) é a forma reduzida de Estou obrigado (a) a você, isto é, devo obrigação a você. Portanto, o adjetivo (particípio do verbo obrigar) deve concordar em gênero e número com o sujeito, de quem é predicativo. Assim, uma mulher dirá obrigada e várias pessoas juntas agradecerão com obrigados (se forem vários homens ou homens e mulheres) ou obrigadas (se forem várias mulheres).

Ver X vir
Se você o ver ou se você o vir? Você sabe qual é a forma correta? O futuro do subjuntivo forma-se a partir do pretérito perfeito do indicativo. No caso do verbo ser, o perfeito é fui, Fo-ste. Daí o futuro do subjuntivo (quando/se eu) fo-r, (tu) fo-res, (ele) fo-r, (nós) fo-rmos, (vós) fo-rdes, (eles) fo-rem. No caso de ver, o perfeito é vi, vi-ste. Daí o futuro do subjuntivo vi-r, vi-res, vi-r, vi-rmos, vi-rdes, vi-rem. Quanto ao verbo vir, cujo perfeito é vim, vie-ste, o futuro do subjuntivo é vier, vieres... Assim, o correto é se você o vir e quando eu vier.
Mortadela X mortandela
Se você comeu mortandela pode até não ter uma indigestão, mas cometeu um erro de Português. O que você come, pura ou com pão, é mortadela. 

Mendigo X mendingo
Aquele sujeito deitado na rua não é um mendingo, mas sim um mendigo. Não vai falar ou escrever errado, hein!

Iogurte X iorgute

Você não pode tomar um iorgute. Não se trata de dieta, é que a palavra simplesmente não existe. O que se toma é iogurte. A propósito, você prefere qual sabor de iogurte? 

Basculante X vasculhante 

A janela do seu banheiro não é uma vasculhante, mas sim uma basculante

Cadarço X cardaço 
Você amarrou o cardaço do tênis? Impossível! O certo é cadarço e não cardaço. Atenção com o erre e amarre bem o cadarço, para não tropeçar no Português e nem na rua!

Suando X soando 

Você não chega do futebol soando, a não ser que tenha se transformado em um sino. Pessoas suam, sinos soam! 
A nível de X em nível de
A nível de Português... Nunca use a nível de. Está errado. A forma correta é em nível, mas mesmo ela não é necessária e pode ser suprimida, pois não acrescenta nada ao que se escreve ou se diz. O assunto que deve ser tratado em nível de família pode simplesmente ser tratado em família. Já a expressão ao nível de é correta para dizer que algo está na mesma altura em relação a outra coisa.Ao nível do mar, por exemplo.

Um grama X uma grama
Se você for á padaria e pedir trezentas gramas de queijo, estará pagando mico. Grama é masculino e o certo é, portanto, trezentos gramas. De queijo, de pão de queijo ou de sonho. 

Asterístico X asterisco
Ninguém desenha um asterístico. O correto é asterisco.

Beneficiente X beneficente

Não existe evento beneficiente. Existe evento beneficente. Ajude a Língua Portuguesa e não cometa este erro!

Acerca de X a cerca de X há cerca de
Acerca de é uma locução prepositiva e equivale a sobre ou a respeito de. Estamos conversandoacerca de erros de Português. Não estamos conversando a cerca de, porque a cerca de indica aproximação. Sua escola fica a cerca de quantos quilômetros da sua casa? E se eu fizer outra pergunta: há quanto tempo você estuda lá, aí sim você usará há cerca deHá cerca de dois, três, cinco anos...

Afim X a fim
Afim é um adjetivo e significa igual, semelhante, parecido. A fim faz parte da locução a fim de, que significa para, com o propósito, com o intuito e indica finalidade. Você está a fim de alguém porque vocês têm interesses afins. Entendeu?

Ao encontro X de encontro a
Ao encontro de significa ser favorável a, aproximar-se de. De encontro a indica oposição, colisão. Para ir ao encontro de seus sonhos, muitas vezes é preciso ir de encontro às expectativas que têm de você.

Ascender X acender

Ascender significa subir, elevar-se. Acender significa pôr fogo a, fazer arder, pôr em funcionamento. Você acende a luz e ascende na vida.

Bem-vindo X bemvindo
Bem-vindo é um adjetivo composto que deve ser sempre grafado com hífen. Bem-vindo ao Conexão Aluno!
Cabeleireiro X cabelereiro

A forma correta é cabeleireiro. Para mudar o visual, não erre e vá ao cabeleireiro!
Coalizão X colisão

Coalizão significa união, aliança, acordo. Colisão significa choque, conflito, luta. Carros que avançam o sinal podem causar uma colisão, já pessoas com ideias semelhantes podem fazer uma coalizão. Nada de colidir com o Português!

Conserto X concerto

Algo seu precisa de concerto? Se for assim, é você quem necessita de conserto. Porque consertosignifica reparo e concerto significa sessão musical, consonância de sons ou vozes. 

Cumprimento X comprimento

Cumprimento é o ato de cumprimentar, saudar alguém. Comprimento é a medida de alguém ou de alguma coisa. Não confunda e não deixe de cumprimentar as pessoas!

Em vez de X ao invés de 

Em vez de indica substituição, troca. Em vez de estudar, ficou brincando com os amigos. Ao invés deindica algo inverso, contrário. Descemos, ao invés de subirmos.

Fragrante X flagrante

Fragrante significa perfumado, aromado. Para se referir ao ato de surpreender alguém, utilizeflagrante. Atenção para não ser pego em flagrante erro de Português!

Há X a

Na indicação de espaço de tempo, podemos usar tanto  quanto a, mas cada um tem uso específico. Usamos há quando se trata de um espaço de tempo que já passou, neste caso o  pode ser substituído por faz. Ele viajou  dois dias. Já é utilizado quando se trata de um espaço de tempo que está por vir. Ele chega daqui dois dias.

Imigrante X emigrante

imigrante entra em um país, vindo de outro. Já quem sai do país em que nasceu para morar em outro é considerado emigrante em seu país de origem. Se um brasileiro na Europa é um imigrante, aqui ele é um emigrante. Não viaje para não errar ao usar esta palavra!

Onde X aonde

Onde indica o lugar em que algo ou alguém está. Refere-se, normalmente, a verbos que indicam estados de permanência. Equivale à expressão em que lugar. Aonde indica movimento, aproximação. Equivale à expressão a que lugar. Onde você colocou o mapa que vai ajudá-lo a chegar aonde você quer? 

Por que X por quê X porquê X porque
Por que é usado no início das frases interrogativas (Por que você está fazendo isso?). Já o porqueentra em cena quando equivale à razão, motivo e causa; e também quando pode ser substituído por pelo qual, pelos quais, pela qual, pelas quais (Eu canto porque me sinto feliz). Por quê é utilizado quando o pronome interrogativo se posiciona no final da frase ou aparece seguido de pausa forte. Ele deve receber o acento circunflexo (Seu amigo não veio por quê?). Porquê, desta forma, é usado como substantivo e se for antecedido por artigo – o porquê da vida.

Tenho de X tenho que
Usa-se tenho de quando o sentido for de obrigação, necessidade, desejo ou interesse. Já tenho queexpressa possibilidade. Tenho de saber usar bem o Português, para isso, talvez eu tenha queestudar mais. Entendeu o recado?

Viajem X viagem

Cuidado com esta palavra! O verbo viajar é com j: eu viajo, tu viajas, eles viajaram, que ele viaje... Mas o substantivo viagem é sempre escrito com "g". Não viaje escrevendo que vai fazer uma viajem, tá? Neste caso é com g, mas se quiser que seus amigos viajem com você, é com j mesmo.

Tráfego X tráfico

Tráfego
 é a circulação de veículos, o trânsito. Tráfico é comércio (ou transporte e comércio) ilícito. Não confunda!

De repente X derrepente
De repente você se distrai e escreve derrepente. Errado! A forma certa, claro, é de repente.

Granito X granizo

Granito é a rocha, granizo é a precipitação atmosférica na forma de fragmentos de gelo. Portanto, a chuva é de granizo!
A alface X o alface

Pode parecer estranho, mas o certo é a alface.
O telefonema X a telefonema
Sempre no masculino – o telefonema.
Escrevendo X escreveno

Se você anda escreveno por aí... Alerta total! O certo é sempre escrevendo. Falando, dizendo, usando, refletindo, aprendendo... Não se esqueça de pronunciar a letra d!!
Que eu faça X que eu faço

Quer que eu explique? Explico que o certo é falar e escrever: quer que eu faça. Sempre! Se você me perguntar: quer que eu faço, vou responder que você precisa é estudar mais Português.

Mais informações X maiores informações
Este é um erro comum, mas não significa que você vai cometê-lo, não é mesmo? O certo é mais informações. Sempre!

Visite também:
Fonte: http://www.conexaoaluno.rj.gov.br/especial.asp?EditeCodigoDaPagina=2543
FOnte 

domingo, 11 de setembro de 2011

Vícios de linguagem


Vícios de linguagem configuram os desvios à variante padrão 
Vícios de linguagem configuram os desvios à variante padrão


Ao discutirmos acerca dos desvios linguísticos, devemos analisar alguns pontos que sobressaem nessa questão. Como seres eminentemente sociais, estamos inseridos a todo o momento nas diversas circunstâncias comunicativas, as quais nos conduzem a agir de formas diferentes, sobretudo no que tange ao nosso linguajar, por exemplo, quando participamos de uma conversa informal entre os amigos, de uma entrevista de emprego, de concursos e exames avaliativos...
Tal fato nos remete tão somente à ideia de adequação. Pensando no nosso vestuário, cujo traje se adequa aos diferentes momentos do nosso cotidiano, o mesmo ocorre com nosso posicionamento enquanto interlocutores. Essa realidade se ajusta ao avanço dos estudos linguísticos, sobretudo da Sociolinguística, que prefere trabalhar não mais com a noção de erro, mas com a ideia referente a desvios em relação a uma variante – a chamada norma padrão. Esses desvios, quando desprovidos de certa intencionalidade, configuram a falta de domínio por parte do emissor ou muitas vezes em razão de um simples descuido. Mas, afinal, quando são intencionais o que ocorre?
Tomamos, pois, como exemplos, duas ocorrências: uma relativa à música e outra relativa a uma criação poética, ambas expressas as seguir:
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro

                    Oswald de Andrade
Inútil
A gente não sabemos
Escolher presidente
A gente não sabemos
Tomar conta da gente
A gente não sabemos
Nem escovar os dente
Tem gringo pensando
Que nóis é indigente...
[...]

                           Ultraje a rigor
Constatamos dois evidentes desvios, um no que tange à concordância verbal (letra musical) e outro no que se refere ao uso do pronome oblíquo, demarcado no início do período (poema). Diante disso, resta-nos compreender que se trata da licença poética, concedida à classe artística de uma forma geral, no sentido de embelezar, conferir um caráter enfático à mensagem, bem como revelar pensamentos e posturas ideológicas por parte do autor.
Pois bem, munidos dessas percepções, por vezes salutares, passaremos a conhecer a partir de agora alguns casos que ilustram ocorrências tidas como desvios:
Pleonasmo vicioso
Diferentemente do pleonasmo contido nas figuras de construção ou sintaxe, há o pleonasmo vicioso cuja característica se refere à repetição desnecessária de uma ideia antes expressa:
Com o barulho estrondoso, imediatamente todos saíram para fora. 
Barbarismo
Caracteriza-se pelo desvio à norma culta, manifestado nos seguintes níveis:
1) Pronúncia
a) Silabada – refere-se ao deslocamento do acento tônico de uma determinada palavra, como por exemplo:
No documento constata apenas a rúbrica (em vez de rubrica) do comprador.
b) Cacoépia – configura-se como um erro na pronúncia dos fonemas, tal como no exemplo:
Esse é um probrema (em vez de problema) que temos de resolver.
c) Cacografia – manifesta-se pelo desvio no que se refere à grafia ou flexão de uma dada palavra, veja:
Se o delegado detesse (detivesse) todos os marginais, haveria mais segurança.
Nós advinhamos (adivinhamos) que você viria.   
2) Morfologia:
Se ele ir (fosse) conosco, gostaríamos bastante.
3) Semântica
Os comprimentos (cumprimentos) foram destinados ao vencedor do concurso.
4) Estrangeirismos – refere-se ao emprego de palavras pertencentes a outros idiomas quando já existe um termo equivalente na língua portuguesa:
Comemoraremos seu aniversário em um happy hour (final de tarde).  
Como foi seu weekend? (fim de semana)
Solecismo
Configura um desvio em relação às regras da sintaxe, podendo ser de três ordens:
a) de concordância:
Falta cinco minutos para partirmos. (faltam)
b) de regência:
Obedecemos todas as normas prescritas pela empresa. (obedecemos a...)
c) de colocação:
Farei-te uma homenagem. (far-te-ei...)
Ambiguidade ou anfibologia
Manifesta-se pela falta de clareza contida no discurso:
O guarda conduziu a idosa para sua residência. (residência de quem? Dela ou do guarda?). Assim, de modo a evitar tal ocorrência, o discurso teria de ser reformulado:  
O guarda conduziu a idosa até a casa dela. 
Cacofonia
Manifesta-se pelo encontro de sílabas de palavras diferentes, resultando numa terceira palavra cujo som é desagradável ou inconveniente:
Eu vi ela no supermercado. (Eu a vi no supermercado)
Beijou na boca dela. (Beijou-a na boca)
Eco
Caracteriza-se pela utilização de palavras com terminações iguais ou semelhantes na frase, provocando dissonância:
Sua atuação causou comoção em toda a população.
Colisão
Ocorre quando há dissonância por parte da repetição de consoantes iguais ou semelhantes:
sabido sempre sabe. 
Hiato 
Manifesta-se pela sequência de palavras cujos fonemas vocálicos produzem efeito sonoro desagradável:
Ou eu, ou ela ooutra. 

Por Vânia Duarte
Graduada em Letras